É preciso se auto-conhecer antes de entrar na vida de alguém, para poder experimentar o que lá dentro tem de singular, de único. É preciso vibrar, fazer com que os próprios sentidos falem, um por um, para experimentar os vestígios das pessoas que, antes de você, estiveram ali contando suas histórias, rindo, chorando, amando.
[...] Nos últimos meses, aprendi que o que se recebe na vida é a medida certa do que se leva para dentro do coração. Se tudo que você faz é mergulhar no sono, no tédio ou na melancolia, nada captará além do reflexo de sua própria tristeza, ou de sua própria inação. E de lá de dentro sairá
como sempre foi, infelizmente sem uma alteração.
Contudo, se nos dermos ao trabalho de escutar o que a vida tem a nos dizer ouviremos mil histórias, mil curiosidades, mil suspiros, encontraremos mil pessoas dispostas a querer acrescentar-se as nossas vidas.
Os mais curiosos se sentem por vezes até possuídos pelo que aconteceu ali antes deles chegarem. Um perfume que ficou na cortina ou na colcha da cama ou a luz que entrou pela janela. Uma manchinha que sobreviveu. Um arranhão no espelho que forma uma sombra, quase uma silhueta. São detalhes que entram na gente, se insinuam, nos incitando a viver a história que nos aguarda. Por isso repito: É preciso se auto-conhecer antes de entrar na vida de alguém e deixar sua marca. Certas coisas ficam pra sempre sob a pele.
(Adlly)
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